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Para quem sofre de alergia, qualquer mandinga que possa aliviar o mal é bem vinda. Há uma crença bem difundida de que o mel caseiro age como se fosse uma vacina e pelo menos reduz os sintomas da alergia.

A explicação seria de que as abelhas, que voam de flor em flor à procura de néctar, acabam se cobrindo de esporos do pólen, que são então transferidos para o mel.

A ingestão desse mel – mesmo que apenas uma colher de sopa por dia – poderia ser capaz de criar imunidade através da exposição gradual às substâncias que tornam tão miserável a vida de quem sofre de alergia.

Pelo menos essa é a ideia. No entanto, quando pesquisadores do Centro de Saúde da Universidade de Connecticut, EUA, puseram a hipótese à prova em um experimento, o mel não apresentou efeito algum.

No estudo, os cientistas acompanharam dezenas de pessoas alérgicas durante toda a primavera. Elas foram aleatoriamente divididos em três grupos: um teve que consumir diariamente uma colher de sopa de mel produzido de forma não industrial, sem pasteurização ou filtração, outro grupo ingeriu mel industrial e o terceiro recebeu um placebo de xarope de milho com aromatizantes sintéticos de mel.

Após o acompanhamento dos sintomas nos participantes da pesquisa durante meses a fio, os cientistas descobriram que nenhum dos grupos que ingeria o mel apresentou melhoras em relação ao grupo do placebo.

Stanley Fineman, presidente da Faculdade Americana de Alergia, Asma e Imunologia, diz que as alergias sazonais são geralmente desencadeadas por pólen carregado pelo vento e não por pólen espalhado por insetos. Por isso, ele assegura que é improvável que o mel coletado a partir de plantas que não causam sintomas da alergia forneça qualquer benefício terapêutico.

Fonte: TheNewYorkTimes